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Foto do escritorMarcelo Nunes

Balance: saúde mental vs. Corpo perfeito


Meus queridos leitores, espero que se encontrem de saúde.


Hoje venho com uma novidade!


Trago-vos "Jade" o/a autor/a deste "desabafo", que não quer revelar o seu verdadeiro nome a público, e que nos vem falar sobre como muitas vezes o esforço para atingir o padrão de corpo perfeito pré definido pela sociedade pode destruir a saúde mental de alguém.


Convosco:


"Jade".


Balance: saúde mental vs. Corpo perfeito



"Vamos falar sobre saúde mental e física e como a pressão de ser "magro/a"

(e consequentemente mais bonito) arruinou a minha época natalícia?


Olá! Bom dia, boa tarde ou boa noite, dependendo de quando lê! Hoje não serão as palavras do Marcelo que estarão a ler (e a ele agradeço o espaço para me expressar).


O assunto que venho abordar é de certa forma fútil, mas muito necessário pois há inúmeros jovens e mesmo adultos que sofrem silenciosamente com este problema.


Se vos perguntar o que faz uma pessoa bonita? O que a deixa mais atraente? Desejam fazer (após o natal, provavelmente) ou alguma vez fizeram dietas mirabolantes e milagrosas para terem um "corpo de danone"?

Desde pequeno que ouço e vejo na TV que apenas pessoas magras se dão bem na vida. Apenas pessoas magras representavam papéis importantes nas novelas e filmes, os "gordinhos" eram sempre os tótos, tolos desgraçados que só faziam piadas. Nada errado com as piadas e personagens cómicas, mas porque os gordinhos não podiam ser os bem sucedidos, os ricos, os amados? Quando era mais novo não me fazia esta pergunta!


Na verdade só queria ser o magro, aquele que era ricl, que tinha a família e os amigos perfeitos, o que tinha o emprego dos seus sonhos... Desde pequeno que fui gordo, não muito tenho de admitir, mas também não era como os outros da minha idade! Até aos 14/15 alimentava-me super mal! Comia bolos, tabletes chocolates, taças de cereais ao lanche, ao jantar, basicamente quando viesse a "fome" comia! Comia tudo o que havia para comer! Várias sandes de pão brioche com chocolate, croissants, bolos e bolachas, como era até minimamente ativo nunca me preocupei com a minha saúde e como ela seria prejudicada ao consumir excessivamente esse tipo de goluseimas!


Contudo no 9°ano quando via o pessoal à minha volta com com namoradas 1o comecei a sentir-me mal por não ser "atraente" e foi aí que comecei a olhar-me ao espelho de forma doente (ridículo eu sei, com essa idade devia preocupar-me em aproveitar o tempo com os meus amigos).


Com 15 anos comecei a alterar, ainda que pouco os meus hábitos alimentares, emagreci um pouco no verão, mas apenas com um objectivo : ir para o secundário lindo e magro, pois só assim faria muitos amigos! Afinal a indústria vende essa ideia de que só serás amado se fores lindo, e só serás lindo se fores magro! Long story short, NÃO É VERDADE!


Desde dessa idade que tinha uma relação razoável com a comida, comecei a alimentar-me de forma mais saudável, comia goluseimas (claro), mas optava por goluseimas não tão industrializadas, vejam só que comia croissants de chocolate e empadas de manhã e mesmo assim emagreci! Era por isso amado, tinha muitos amigos, que só eram meus amigos porque tinha emagrecido, obviamente (#sqn 🤣).


Mantinha uma vida desportiva ativa, mas então veio a faculdade e todos os hábitos conquistados antes foram ralo a baixo, bem como a minha confiança! Sempre achei que era bonito, mas havia sempre partes do meu corpo que odiava e não me sentia amado por isso! E de facto não era amado, por mim! Este ano com a quarentena ganhei uns quilinhos a mais, estava sempre em casa e mesmo que não petiscasse também não fazia grande exercício... Por isso decidi começar a fazer as dietas mirabolantes rumo aos 55kg, afinal não podia pesar mais de 55kg (peso que nunca tinha tido antes!). Comecei uma restrição alimentar, que se foi adaptando a uma alimentação mais saudável, praticamente 0 carboidratos (de todas as formas e sentidos), e o chocolate, os açúcares e as goluseimas (mesmo as caseiras) ? Proibidissimo!!!


Emagreci, toda a gente à minha volta elogiava, mas para mim não era a o suficiente! Queria mais, queria ver até onde chegava! Lembro-me que um dia no verão acordei com 55kg e invés de ficar feliz, senti-me um nojo, uma baleia.... Cheguei a um ponto em que em vês de aproveitar a vida, um jantar com amigos, um almoço de família, só penso em calorias! É doentio!


Estamos no natal! No ano passado por esta altura sentia-me muito feliz, tinha engordado uns quantos quilos, mas estava tão feliz... Este ano tenho o corpo Danone tão desejado, mas não estou um terço do feliz, não aproveito uma colherada de arroz doce e os chocolates são tabu, tudo o que dão vai direto para o lixo, nem se abre a caixa...


Não pesares o mesmo que os que te rodeiam não fazem de ti feio, ou menos amado e muito menos saudável!

Olhando para trás a alimentação que tinha até aos 15 era péssima e ia acabar com a minha saúde física. Quando mudei de hábitos alimentares fiquei muito mais forte fisicamente, mas ainda assim não era o tão desejado corpo Danone que de certa forma sentia que os outros queriam que eu fosse


Há o 8 e o 80. O desejo da magreza e da aceitação destruiu por completo a minha saúde mental. E essa vai destruindo tudo o resto à sua volta. A felicidade, o desejo de viver a vida, os almoços de domingo sem medo de comer uma fatia de pão com patê...


Cuidem-se e não deixem que vos digam que são menos que o resto!


Mas estou magro e é isso que que importa não é?

Nem sempre o corpo Danone é saudável, principalmente quando a mente não o é!"



" Jade "








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