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Foto do escritorMarcelo Nunes

Soldados contra o fogo!


Estamos em julho, Portugal.

Todos os anos no interior do país em que a mata e o pinhal existem de forma densa vivemos o flagelo do fogo de forma acentuada, como se de uma guerra se tratasse.

Fogo esse que nos tira tudo!

Desde habitações que demoram vidas de trabalho árduo para ser construídas, formas agrícolas e empresariais de sustento de muitas famílias, e principalmente vidas!

Muitas vidas são perdidas no combate a um inimigo que não tem face, que não é previsível, e que não dá sinais de que vai atacar, mas no entanto existe um grupo de profissionais por esse país fora que se predispõe a colocar-se sempre na frente de ataque, pessoas que na minha opinião já nasceram com essa vocação, com a necessidade de ajudar e de se darem por inteiro quando a sirene toca, porque é aí que largam tudo.

Esse é o derradeiro momento.

No momento em que a sirene toca, cada um de nós sabe que um familiar, um amigo ou até mesmo um conhecido vai sair de sua casa e deixar a sua família para a pôr a vida em risco em prol da vida e dos bens de outras pessoas, porque os bombeiros são assim mesmo, querem e sabem no seu interior que têm que ir ajudar alguém, não importa quem, a qualquer momento, sem a certeza de saberem o que vão encontrar, e se voltam a ver os seus ou não, porque muitos deles já não voltam para casa.

Falo daquilo a que tenho assistido nos últimos anos.

Vejo amigos que largam a sua vida e que se colocam em perigo permanentemente sem pedir nada em troca, porque na minha opinião não o fazem também com esse intuito, é algo que lhes é intrínseco, é um instinto de ajuda ao próximo que só eles compreendem entre si, porque só alguém com um grande coração e com um amor descomunal por aquilo que faz se coloca em perigo para salvar a vida de pessoas que não conhece.

Só pode ser um chamamento interior.

E é para eles que devem ir os nossos pensamentos neste e em todos os momentos.

Para esses soldados que neste agora é sempre combatem um dos piores inimigos que Portugal tem enfrentado nos últimos anos e que tantas vidas têm ceifado prematuramente.

A todos os bombeiros que estão a trabalhar neste momento sem descanso e arriscar as suas vidas, devemos dar o nosso obrigado mais sincero e ajudar sempre da forma que pudermos, mas lembrando-nos sempre de que não devemos colocar as nossas vidas em risco, porque não temos a formação deles, e não nos devemos aventurar nunca por conta própria.

Para todos os que foram e já não voltaram para ver as suas famílias, devemos agradecer ainda mais, de muitas formas, porque pereceram a lutar para salvar outras pessoas deixando os seus para trás, sem consolo.

Que sejam sempre guiados pelo bom caminho, porque a missão deles merece certamente ter sempre um final feliz sempre, embora saibamos todos que infelizmente para muitos deles nem sempre assim é!

Mas mesmo assim, com todas as adversidades e contrariedades deste inimigo despiedado, continuam a lutar, e isso é que é de louvar sempre!




- Marcelo Nunes -

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